Sem limites - resenha crítica

Tornando-se sem limites

Nós temos poderes incríveis, que estão à espera para serem utilizados. Parece papo de filme de super-herói, mas é a pura realidade. Não estamos falando de voar, ter visão de raio laser, invisibilidade, uma força descomunal ou a capacidade de ler pensamentos alheios. Nada disso, tratamos aqui da mente humana. 

E assim como o Coringa é o vilão nas histórias do Batman, existem adversários que precisamos combater todos os dias. São obstáculos que tornam nosso cotidiano mais difícil, testam nossas forças, mas que sabemos ter a capacidade de superá-los se não desistirmos. 

Esses antagonistas são capazes de nos atrasar, roubar a produtividade e até a paz de espírito. E precisam ser derrotados. Falamos da dependência excessiva da tecnologia. É curioso pensar que todo avanço nos permite acesso a cada vez mais conhecimento, mas quando aparelhos como o celular nos dominam, é como se fôssemos sugados e incapazes de ficar mais de meia hora longe deles. 

Nós, seres humanos, temos o superpoder da aprendizagem sem limites. A mente é capaz de se expandir infinitamente. Com o auxílio da tecnologia, temos acesso a uma série de informações que permitem a multiplicação da habilidade de reter novos conhecimentos. 

Mas é preciso cautela e bom senso. Ser sem limites é ter o discernimento de alternar entre o digital e o analógico, aproveitando o máximo de nossa capacidade humana sem ter no mundo virtual uma muleta, que condiciona o cérebro à baixa memorização. 

Para usar esse poder sem limites, o grande desafio é balancear a tecnologia como  recurso, mas fugindo da dependência sem limites. 

O dilúvio digital

Vivemos um tempo inédito. Somos privilegiados pelo acesso irrestrito a informações. Em tempos de hiperconexão, ser ignorante acaba se tornando uma escolha pessoal. Afinal, em poucos cliques, temos acesso a inúmeros dados. 

Para se ter uma ideia, em um único dia temos acesso ao total de informações que uma pessoa dos anos de 1400 teria absorvido durante toda a vida. Se antigamente as notícias corriam boca a boca, pelos informes publicados em praças públicas e depois nos jornais impressos, hoje qualquer fato corre o mundo em questão de segundos. 

Mas isso não é um algo 100% positivo. Afinal, esse acesso a informações constantes afeta nosso tempo e qualidade de vida. Cidadãos comuns consomem o triplo de dados do que aqueles que viveram nos anos de 1960. Nossa média de consumo de notícias chega a atingir oito horas diárias.

Existem conteúdos úteis, mas outros precisam ser descartados, porque não nos importam. Nesse verdadeiro dilúvio digital, separar esses dois grupos é uma habilidade que vem deixando de ser um diferencial, virou uma necessidade. 

Afinal, esse excesso de informação, sem filtragem, pode limitar profundamente sua capacidade de aprendizado. Se sua mente não tiver momentos de descanso, ou até mesmo tédio, o preço a ser pago pode vir pela falta de memória, fadiga e dificuldade de concentração. 

Seu cérebro sem limites

É preciso reconhecer que nossa mente é extraordinária. Lá dentro, são gerados mais de 70 mil pensamentos todos os dias, em uma velocidade maior que a de um carro de Fórmula 1. 

Essa criação é inteiramente sua, não existe a possibilidade de haver dois cérebros iguais. Tudo é processado com mais eficácia do que um computador e sua capacidade de armazenamento é infinita. Ainda que seja danificado por alguma adversidade, a mente seguirá conseguindo gerar genialidade de forma única. 

Sua complexidade é tão grande que não há filme de ficção científica capaz de explicar seu funcionamento por completo. Tampouco há tecnologia suficiente para emular sua dinâmica. No cérebro, aprendemos a desenvolver linguagens, interpretações, memorizações e muito mais. É um verdadeiro milagre. 

Assim, nossa compreensão sobre o mais importante órgão do corpo humano aumenta a cada ano. Ele faz parte do Sistema Nervoso Central e simplesmente é o responsável por todos os movimentos que você realiza, por todas as decisões tomadas, mesmo aquelas que parecem automáticas. 

Só quando nos damos conta de tudo isso percebemos que não existem limites para o aprendizado, para a multiplicação de habilidades e também para nossa reinvenção. Sua mente é seu maior patrimônio. 

Mentalidade sem limites

Já passamos da metade deste microbook e agora trazemos algumas questões importantes de serem respondidas: por que suas crenças têm tanto efeito em sua vida? Por que crenças limitadoras lhe mantêm longe de seus objetivos? Como rejeitá-las?

Em nossas conversas internas, pode acontecer de nos convencermos que não somos capazes de aprender uma nova habilidade, ou mesmo de superar limites preestabelecidos. Se você já se viu impedindo-se de tentar algo novo, desistindo até mesmo da realização de um sonho,  sabe bem do que estamos tratando. 

As chamadas crenças limitadoras são nocivas, capazes de impedir-lhe de seguir adiante, mesmo quando estiver fazendo algo que domina e faz bem. Nos momentos de pressão, é comum duvidarmos de nós mesmos, paralisando e atrasando a caminhada rumo às realizações. Cuidado. 

Você não pode limitar sua mentalidade. Em seu interior, muitas habilidades já foram mais do que provadas. Por mais que em alguns momentos o frio na barriga seja positivo para evitar todo tipo de inconsequência, não podemos nos deixar levar pelos momentos de nervosismo acima da conta. 

Coloque-se sempre em seu devido lugar, busque se enxergar em perspectiva para notar que todos os obstáculos podem, e devem, ser superados a todo momento. Com uma mentalidade sem limites, será possível chegar onde se quer, sem medo de ser feliz. 

As sete mentiras da aprendizagem

Constantemente, somos enganados. Em alguns casos, por nós mesmos. Como estamos expostos a um fluxo grande de informações relacionadas às capacidades que temos, acabamos replicando mitos sobre a aprendizagem. É fundamental compreendê-los, analisá-los e combatê-los dia após dia. 

Mentira 1: A inteligência é fixa. Ledo engano. Afinal, habilidades básicas são apenas traços, que podem ser desenvolvidos, multiplicados e melhorados por meio de treinamento e persistência.

Mentira 2: Usamos apenas 10% do cérebro. Você acha possível que o corpo humano, essa máquina perfeita, desperdiçaria 90% de um órgão, deixando-o sem utilidade? Na verdade, nossa mente utiliza seus diversos campos em momentos diferentes, não é um trabalho intenso o tempo todo, o que acaba confundindo nossa percepção. 

Mentira 3: Erros são falhas. As tecnologias mais modernas e importantes só foram descobertas com muito treinamento e testes. Com nossas habilidades, não é diferente. Tropeçar faz parte da caminhada. 

Mentira 4: Conhecimento é poder. Trata-se de uma falácia que encobre uma extensa frase do filósofo Thomas Hobbes, cuja íntegra diz que  “O fim do conhecimento é poder; e o uso de teoremas destina-se à resolução de problemas. Por fim, o objetivo de toda especulação é a realização de alguma ação ou alguma coisa a ser feita.” 

Mentira 5: É muito difícil aprender coisas novas. Essa é fácil de ser rebatida, pois só faria sentido se as crenças limitadoras não fossem identificadas. 

Mentira 6: A crítica das outras pessoas importa. Nunca, jamais, esqueça isso.
Mentira 7: A genialidade vem do berço. Na verdade, a persistência, o treinamento, a repetição e colocar-se à prova são muito mais importantes do que o talento nato. 

Pequenos passos simples

Se você tem um propósito, quer cumprir uma missão, além de ter energia para se dedicar a esse novo aprendizado, então falta apenas um pequeno passo simples para começar. 

Acredite: uma pequena ação é capaz de nos deixar mais perto do objetivo a ser alcançado. Em alguns casos, isso requer o mínimo de energia, mas que vira um hábito e nos permite avançar. 

Para aprimorar seu cérebro, é necessário condicioná-lo a compreender uma rotina. Comece logo, dê os primeiros passos agora e evite adiamentos. Assim, toda preguiça, desânimo e crenças limitadoras ficam para trás e os superpoderes são usados em seu favor.  

Tarefas incompletas criam um nível de tensão que as mantêm na frente de nossas mentes até que sejam concluídas. Se você sente familiaridade com esse sentimento,  então aumentam as chances de praticar a procrastinação. 

Aja, mexa-se, comece agora. Não permita que sua mente caia em um lugar de paralisia. Movendo-se para frente, você expande seus conhecimentos e aproveita a ausência de limites do cérebro humano para chegar onde quiser. Não deixe para depois. Seu cérebro está conectado ao que há de mais avançado em termos de tecnologia e conhecimento. Aproveite. 

Notas finais 

Não há limites para o conhecimento humano. Quando olhamos para trás, notamos que vivemos um período privilegiado, no qual é possível acessar qualquer informação a todo momento. Ao mesmo tempo, é preciso cultivar uma vida equilibrada, para não sermos inundados com tantos estímulos vindos de todos os cantos e telas. Ficou claro como a mente humana é inigualável, capaz de nos levar até onde quisermos, desde que haja a boa vontade de começar agora mesmo a ampliar nossas habilidades. 

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